Pesquisa mostra José Serra na frente de Dilma

Analista do PSDB diz ter esperado mais de 7 horas para checar dados de pesquisa

O analista Fabrízio Martins Tavoni, contratado pelo PSDB, teve acesso nesta sexta-feira aos questionários da pesquisa de intenção de votos feita pelo Instituto Sensus, divulgada no último dia 13, que apontou empate técnico entre o pré-candidato tucano José Serra e a pré-candidata do PT, a ex-ministra Dilma Rousseff. Ele alega ter esperado mais de 7 horas na porta da sede do Instituto Sensus, em Belo Horizonte.

O partido havia requerido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorização do órgão para conhecer os detalhes da pesquisa feita pelo Sensus. Tavoni chegou ao local, junto de um digitador, por volta das 8h40, mas eles não foram autorizados a folhear os documentos. A lei eleitoral dá essa prerrogativa aos partidos políticos por meio da lei eleitoral 9504/97.

Segundo o diretor do instituto, Ricardo Guedes, a demora em mostrar os formulários da sondagem ao técnico ocorreu porque não teria havido uma comunicação formal sobre a ida da dupla ao local. De acordo com Guedes, após tomar ciência pela imprensa, foi redigido um informe, que em seguida foi enviado ao TSE especificando o horário das 16h desta tarde para receber o analista.

“Aqui a casa é aberta. Se vocês quiserem passar o fim de semana aqui, estamos à disposição”, disse Guedes, se dirigindo ao analista e ao digitador. Ele informou ainda que o instituto segue estritamente a lei específica que trata das pesquisas de opinião e que o órgão existe há 23 anos e desfruta de reconhecimento no mercado, “tendo inclusive feito pesquisas para o PSDB”.

O advogado dos tucanos, Ricardo Penteado, disse ter estranhado a atitude dos diretores do Sensus, por considerar que a aferição de pesquisas é algo rotineiro desde o advento da lei. Ele afirmou ter sido informado do envio da certidão pelo TSE ao Sensus, autorizando a entrada do técnico, às 11h44 da manhã de hoje e, mesmo assim, o cientista político não foi recebido em seguida.

Às 16h, o representante do Sensus abriu o encontro à imprensa e disse ter feito convite aos partidos políticos para acompanhar a reunião, incluindo o PSDB, mas foram ao local dois deputados e um vereador do PT, além dos assessores. Junto deles, o técnico, que disse não ser filiado ao partido tucano, começou a escrutinar os documentos.

O presidente estadual do PT de Minas Gerais, Reginaldo Lopes, considerou a iniciativa do PSDB “um absurdo” e ameaçou retaliar. Ele disse que irá discutir com a Executiva do partido a possibilidade de pedir o mesmo procedimento em relação à última pesquisa Datafolha, que traz José Serra (36%) com 9 pontos percentuais a mais do que Dilma Rousseff (27%).

O analista do PSDB não foi autorizado a retirar as planilhas do local. O trabalho, segundo ele, deverá consumir ao menos dois dias para fazer o levantamento. “Na verdade, me falaram que seria um trabalho tranquilo”, disse o analista.
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