terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PT - Sem perda de tempo

PT aproveita brecha deixada por Aécio para cativar eleitor em torno da "mineira" Dilma

O PT vai aproveitar o vácuo deixado pelo governador Aécio Neves (PSDB), que desistiu da pré-candidatura pelo partido ao Planalto, para reforçar o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no eleitorado de Minas Gerais e mostrar ao 2º maior colégio votante do país que existe uma "mineira" na disputa da sucessão presidencial.
O partido quer resgatar as raízes de Dilma, nascida em Belo Horizonte, mas com carreira política construída no Sul, e aproveitar a decepção do eleitor de Minas Gerais com a desistência de Aécio Neves.

A ministra inicia viagem a Minas nesta terça-feira (19) acompanhando o presidente Lula. Eles vão inaugurar na cidade de Jenipapo de Minas, na região do médio Jequitinhonha, a barragem de Setúbal e, em Araçuaí, na mesma região, inauguram uma escola técnica.

Em seguida, partem para a cidade de Juiz de Fora (zona da mata do Estado) e põem para funcionar uma turbina movida a etanol em uma termelétrica no município. Ainda na cidade, o roteiro termina com a entrega de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) a moradores.

O governador Aécio Neves não vai participar dos eventos. Ontem, no Rio de Janeiro, Aécio disse que foi avisado no fim da semana sobre a agenda de Lula e que já tinha outros compromissos. Aécio disse que Lula entendeu "perfeitamente" seus motivos. Segundo sua agenda oficial, o governador tem apenas despachos internos na parte da manhã e audiências de tarde no Palácio da Liberdade.

Raízes mineiras

Os petistas mineiros se movimentam para fixar o nome de Dilma no eleitorado. Estão programadas, ainda sem datas definidas, homenagens à ministra tanto na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte quanto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Nos dois casos, a iniciativa é de parlamentares petistas ligados ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, um nome recorrente quando se fala em coordenação de campanha da ministra.

"O mineiro está muito desgostoso com a ideia de o Aécio Neves não ser o candidato do PSDB. O sentimento de que Minas deveria ter um candidato disputando a sucessão do Lula era muito expressivo", disse um interlocutor de Pimentel.

"Colocar a ministra para receber essas homenagens, montar uma agenda específica para ela no Estado, traduzir isso em uma popularidade maior e identificá-la ainda mais com os mineiros é um papel que nos cabe como parte da direção da campanha dela", completou.

Nesse sentido, o resgate do início da vida pública de Dilma na capital será um dos motes para torná-la mais conhecida entre os mineiros. Outro apelo vai ser o de reafirmar que a ministra se afastou do Estado, mas manteve suas raízes.

"Ela teve uma trajetória fantástica aqui em Belo Horizonte. Ela militou no movimento estudantil. Ela teve sua carreira política pavimentada no Sul do país, mas iniciou isso tudo aqui. Além disso, a ministra ainda tem muitos parentes que moram aqui, a mãe, a irmã e o irmão. O povo mineiro aprecia muito essas ligações familiares", diz o interlocutor.
http://noticias.uol.com.br/politica/2010/01/19/ult5773u3582.jhtm

Nenhum comentário: