quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CSN

VOLTA REDONDA

CSN será multada novamente por crime ambiental

Valor da multa pode chegar a R$ 50 milhões. Empresa não comunicou o vazamento de óleo ao Inea

Em pouco mais de 30 dias após ser multada em R$ 450 mil por poluir o ar da cidade com material particulado (carvão principalmente, CO e CO2), proveniente do alto forno 3, a CSN receberá nova multada por poluir o Rio Paraíba. Desta vez, a empresa deixou vazar de um óleo proveniente da área carboquímica da usina, responsável por tratar os gases da coqueria. Segundo afirmação da secretária de Ambiente do Estado, Marilene Ramos, o valor da multa pode chegar a R$ 50 milhões. “O valor será estipulado após a realização de um estudo mais detalhado sobre os danos provocados ao meio ambiente”, disse.

Uma equipe da Gerência de Qualidade da Água do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), junto com a secretária de Ambiente, que fez questão de acompanhar pessoalmente o caso, esteve na cidade na tarde de ontem para apurar as causas do vazamento. Após três horas de inspeção dentro da usina, a equipe deixou a siderúrgica sem certezas do local exato do acidente e da quantidade de produto químico lançado no rio. “Duas possibilidades estão sendo avaliadas para a origem do vazamento: uma fissura no tanque que acondicionava o combustível e o defeito de uma das válvulas de um dos dutos. Porém, não houve necessidade de fechamento de nenhuma unidade da empresa”, afirmou Marilene, informando ainda que o tanque do setor de carboquímicos, de onde se supõe que vazou o combustível, foi totalmente drenado e lavado, o que, em princípio, teria reduzido o fluxo do vazamento.
Segundo a secretária, a CSN havia detectado uma borra de óleo no rio na noite de domingo e tentou sanar o problema, porém, na manhã de segunda-feira, a mancha voltou a aparecer. Somente no final da tarde, após moradores do bairro Aterrado terem denunciado o fato ao Serviço de Operações de Emergência Ambiental do Inea, e que o superintendente do Instituto na região, Miguel Arcanjo, estava dentro da usina é que a empresa assumiu oficialmente o acidente. O vazamento só foi contido na madrugada de ontem.
“Só o acidente já vai gerar uma multa cujo valor pode ir de R$ 1 mil a R$ 50 milhões. E a multa ainda será agravada em função da demora na informação. Segundo os técnicos da CSN, o tanque que vazou não apresentava diferenças significativas de volume, mas acredito que o produto tenha vazado pelo menos durante 24 horas no rio”, disse Marilene, acrescentando que equipes da Gerência de Qualidade da Água do Inea coletaram amostras de líquido e de sedimentos de vários pontos do rio na cidade, em municípios vizinhos e também do Rio Guandu, a fim de identificar a substância e avaliar o risco que o material representa. Os resultados devem sair em 48 horas.
Por enquanto, os resultados das primeiras análises da água mostraram que a qualidade estava dentro dos padrões e não há sinais de contaminação de maior gravidade, como mortandade de peixes, por isso o abastecimento dos municípios não foi interrompido.
A assessoria de imprensa do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae-VR) informou que a captação de água no município é realizada acima do ponto do rio onde aconteceu o vazamento, por isso o abastecimento de água realizado pela autarquia não foi prejudicado.

BARRA DO PIRAÍ
O município foi atingido por manchas de óleo que passaram pelo rio por volta das 6 horas. A equipe da prefeitura, junto com representantes do Inea-RJ e Inea-VR, fizeram o acompanhamento durante toda a noite de segunda-feira no rio da cidade e colheram o material para análise.
Segundo a secretária de Meio Ambiente e Agricultura de Barra do Piraí, Madalena Sofia Avila Cardoso de Oliveira, a quantidade de óleo que passou pelo rio foi superficial e não atingiu a captação de água. “Não foi necessário parar a captação, pois a quantidade foi pequena”, explicou.

PLANTÃO DO INEA
Equipes de analistas ambientais do Inea permaneceram de plantão dentro da siderúrgica e na saída do emissário, onde fizeram vistorias visuais durante toda a noite de ontem para assegurar que o vazamento foi efetivamente equacionado.
O superintendente do Inea na região, Miguel Arcanjo, esteve no local logo que recebeu as denúncias da população sobre o acidente e informou que o óleo tinha aparência esbranquiçada e forte odor.
Já no final da tarde de ontem, técnicos do Inea identificaram que o produto é um óleo de carvão mineral que contém substâncias altamente tóxicas, como o hidrocarboneto. Se ingerido pode causar câncer e sérios prejuízos ao fígado

CSN Afirma que vazamento foi estancado

Matéria completa:
http://www.avozdacidade.com/portal/Cidades/htm000021968.asp

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